Bem penteado, bem vestido, bem alimentado, bem lavado, bem-educado, bem… um conjunto de ‘bens’ que preocupa todos os pais desde a nascença. Se em alguns desses ‘bens’ dependem mais diretamente dos pais e podem mais facilmente ser controlados, outros são um pouco mais difíceis.

A educação é um processo de socialização e criação de saberes, crenças, valores, com a finalidade de ir construindo e reconstruindo as sociedades, os indivíduos e grupos que a constituem. Importa considerar o que socialmente se reconhece como boa educação, estando certo de que há pequenas nuances na conceção de todos nós, mas, maioritariamente, existe consenso na sua definição.

Certamente que todos estaremos de acordo que uma criança mal-educada nos irrita (muito!) e uma criança bem-educada nos enternece imenso.

Torne o seu filho num adulto bem-educado

A premissa base para que o seu filho se torne num adulto bem-educado é que você seja um exemplo, um modelo a seguir. Mostre-lhe desde o início como se faz, sendo o seu exemplo a seguir. As crianças imitam os modelos, sobretudo o dos seus heróis (os pais), e é muito fácil se a nossa atitude for coincidente com o que queremos que a criança aprenda.

Nunca é cedo demais para ensinar o seu filho a ter boas maneiras, mesmo em crianças que ainda não falem. Se aprender a compartilhar, é uma lição para toda vida e é especialmente crucial entre os 2 e 4 anos de idade. Da mesma forma, cumprimentar os outros educadamente é um comportamento que deve ser encorajado desde cedo. Ensinar nunca é fácil, mas é um papel do qual os pais não se devem alhear.

 

Até aos 3 anos de idade…

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Até aos 3 anos de idade, o seu filho imita o seu comportamento e até as suas expressões faciais. A partir dos 12 meses, as crianças tornam-se mais sociáveis e aprendem palavras muito rapidamente – deve aproveitar esta fase. Sempre que o seu filho peça qualquer coisa, aproveite para lhe transmitir as palavras das boas maneiras. Utilizar sempre palavras como “por favor”, “obrigado(a)”, “com licença”, “desculpa”, “bom dia”, entre outras… São expressões que se usam depois com naturalidade, porque sempre foi assim que aprenderam e usaram.

… Entre os 3 e os 5 anos…

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Entre os 3 e os 5 anos, é preciso ter paciência, porque nesta fase as crianças começam a ser mais sociáveis, e começam a compreender que a educação é um veículo para o convívio saudável. ‘Paciência’ é uma coisa que vai ter que repetir muitas vezes para ele compreender; terá que esperar que a mãe acabe de falar ou aguardar pela sua vez. Vai também ter que pedir muitas vezes desculpa por ter errado em determinada situação. Reconhecer que errou é muito importante, sendo necessário passar essa mensagem e admitir o erro. Todos erramos e partilhar os nossos erros de adultos ajuda a que o erro não seja considerado algo mau, mas sim, uma oportunidade de aprendizagem.

 

… A partir dos 6 anos…

 

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A partir dos 6 anos, pode começar a aprender a ser anfitrião. Se receber colegas lá em casa, deve perguntar-lhes se querem lanchar… se alguém lhe oferecer alguma coisa, deve incentivar a agradecer, pessoalmente, ou por telefone, ou ainda por carta, se assim o entender.

Evite ao máximo punir uma criança muito nova por não ter sido educada em determinada situação. Apenas o reforço positivo deve ser usado nessa idade. Todas as crianças estão propensas a cometerem erros. São isso mesmo, crianças, e estão ainda a aprender.

 

 

«Os adultos somos nós e cabe-nos a nós ajudá-los e não ao contrário»

Quando ocorrem situações em que se denotam comportamentos menos educados, temos tendência a repreender e usamos expressões menos interessantes. Não use, por exemplo, a expressão ‘mal-educado’ ou de ‘ser mau’. Sobretudo esta. Ser ‘Mau’ para a criança é como ser comparado ao lobo mau que faz mal à avozinha, é ser comparado à bruxa má que faz mal às princesas… Nenhuma criança se identifica com essas personagens nem considera que as suas próprias atitudes são semelhantes ao ponto de serem consideradas más. As crianças, a partir dos 2 anos, têm este tipo de atitudes, porque são teimosas, despreocupadas e não têm a noção do perigo. Temos que tentar compreender porque é que o nosso filho faz birras enormes e atira tudo para a chão ou, inclusive, nos tenta bater. Os adultos somos nós e cabe-nos a nós ajudá-los e não o contrário. A criança pode apenas, por vezes, necessitar de atenção, afeto, de espaço para as suas brincadeiras.

Dicas para uma boa educação dos seus filhos

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Para uma boa educação dos seus filhos, deve ter em atenção o desenvolvimento dos seguintes valores:

  • Respeito por si, mas também pelos outros, pelo tempo dos outros, pelas coisas dos outros. No caso das crianças e jovens, insistir no respeito pelos mais velhos.
  • Civilidade, que se inicia por aspetos tão simples como, cumprimentar, agradecer, pedir licença ou desculpa.
  • Pontualidade, que é uma premissa base da boa educação.
  • Imagem, sensibilizando, desde cedo, crianças e jovens para a importância da comunicação não verbal (olhar, expressões faciais, gestos, tom de voz…), mas também para a boa apresentação pessoal porque o asseio é fundamental.
  • Consideração pelos pais, pelos familiares, pelos professores/educadores, por todos aqueles com quem interagem.
  • Aceitação da diferença respeitando as outras opiniões, gostos, etnias, religiões, culturas ou modos de vida.

Publicado em Healthadvisor